Novamente um gato abandonado

Como não podia deixar de ser mais uma vez abandonaram uma gatinha com um mês e meio ao pé de minha casa. Sim, isto repete-se frequentemente e já é um clássico da minha existência. Num ano foram 9 gatos de todos os tamanhos, cores e feitios. Vamos conseguindo arranjar donos para eles. Uma vez somos nós que ficamos com eles, outras vezes, melgamos os nossos familiares, amigos, vizinhos, conhecidos e tudo o querer um peludo. Começa a ser uma sina!
Eram umas sete e meia da noite quando a minha prima me chamou para a ajudar. Tinha apanhado os cães do vizinho a massacrarem um gato pequeno num terreno ao lado das nossas casas. A princípio ela pensava que os dois cães andavam a caçar um coelho ou então uma cobra, mas depois viu que era uma gatinho pequeno. Com a ajuda do filho e da nora afugentaram os cães e procuraram ajuda, eu! Quando lá cheguei vi um gato aterrorizado, prostrado na terra e coberto de cocó. Tentava andar mas estava coxo de uma das patas traseiras. Agarrei num pano, cobriu-o com ele e consegui segurá-lo no colo sem ser arranhada ou mordida. A primeira coisa que notei era que se tratava de um gato doméstico e não um gato selvagem. Os gatinhos selvagens não estão habituados a humanos e reagem de forma bastante violenta. Tornam-se agressivos e não toleram afagos. Este era meigo e enquanto ia para casa esteve quieto que nem um rato. A primeira coisa que eu e a minha mãe fizemos foi dar-lhe banho. Agarramos num balde de água morna, shampoo dos cães e gato lá para dentro. Enquanto a minha mãe lhe agarrava na parte traseira do pescoço (ficam imobilizados e podemos tratar deles sem sermos arranhados) eu tirava-lhe o cocó. Os cães durante a luta morderam-lhe a barriga e as patitas, como reacção ela fez cocó. No fim do banho foi seca com uma toalha e confirmamos a suspeita, era uma gatinha. Colocamos uma taça com água, comida e uma cesta de verga tapada com uma velha camisola na casa de banho. Ela agarrou-se à comida e depois de ter comido bebeu água deitei-a na cesta. Lá fico, quieta e sem miados. Finalmente estava num sítio seguro. Ela estava num mau estado, magra, cheia de marcas dos dentes dos cães e, quando andava, arrastava uma das patas traseiras. Não parecia partida mas mesmo assim o quadro não parecia lá grande coisa.
Durante a noite de sexta fez cocó e xixi e dormiu muito. Sempre que alguém entrava na casa de banho ela bufava mas aceitava vir para o colo sem arranhar. Ficava muito quietinha enquanto eu lhe fazia miminhos. Ela é super meiguinha e adora que lhe façam festas na barriga
Durante o fim de semana foi melhorando da patita e, apesar de nem sempre acertar com a areia do caixote, as coisas correram bastante bem. O pior estava mesmo para vir... arranjar dono. Falamos no sábado com o canil e disseram-nos que tinha vaga e que a poderiam receber na segunda. Estava assim decidido o destino. Não é o ideal mas sempre é uma solução. Na segunda logo pela manhã a minha mãe falava com a irmã e contou-lhe a história da gatinha. A minha tia disse logo que o meu primo e a mulher queria um gato. Tinham recolhido um bastante doente que não resistio por isso, andavam a pensar em adotar. A Borboleta (nome provisório) arranjou um lar!!




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