Sorte de Princesa

Ontem, enquanto eu e a minha mãe davamos a nossa voltinha ouvimos o  latir aflito de um cão. Como sabiamos que a Princesa da minha vizinha tinha desaparecido no sábado fomos à procura da origem do som. Andamos pelo terreno a olhar para todas as tocas de oliveira, tentado descobrir a origem daquele latido tão aflito que entretanto se tinha silenciado. Andamos um bom bocado até termos descoberto a pobre da cadela com a cabeça presa numa abertura de um tronco de oliveira. Cabeça dentro do tronco e o corpo e as patas da parte de fora. Foi uma dor de alma ver a pobrezinha naquele estado e pensar que já ali estava desde sábado. Tentamos tirá-la mas foi impossível uma vez que os ossos estavam bem entalados na fresta da árvore. Estava magrinha e muito assustada. Eu fique com ela e a minha mãe foi chamar ajuda. Durante esse tempo fui dando miminhos e tentei aclamá-la. O meu Pinhão também ajudou. A ajuda finalmente chegou. O meu vizinho chegou com as ferramentas que a libertaram. Foi um sufoco mas o desfecho foi o melhor. A Princesa saiu de lá só com o pescoço inchado (tomara!) e uns olhos assustados. Depois de tomar um banho, bebeu água, comeu e dormiu no quentinho.
Posso dizer que ela teve muita sorte, mesmo muita sorte uma vez que estava num sítio que dificilmente se dava com ele, só indo atrás dos latidos que cessavam quando sentia que se aproximavam dela. O instinto de sobrevivência por vezes faz dessas coisas. Os donos já tinham percorrido muitos sítios mas nunca imaginaram que ela poderia estar tão longe.     

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